terça-feira, 20 de novembro de 2012

AVALIAÇÃO TRANSFORMADORA NO REGIME DE CICLO E A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA UM ENSINO DE QUALIDADE






Clayton Levi da Silva Pereira,¹ bero_away@hotmail.com;
Clécia Maria dos Prazeres,¹ c.lecia1986@hotmail.com

         RESUMO
Este artigo apresenta uma  analise do regime de ciclo brasileiro. Constatando atualmente um grande aumento de repetências mesmo com a implantação de modelos de avaliações internacionais tal qual o francês que tinha a pretensão de transformar a realidade no âmbito da educação dando veemência em sua qualidade. Este versa acerca dos educadores que precisam valorizar sua formação, pois a mesma contribui para a melhoria do ensino-aprendizagem e é um fator que deve ser considerado no quesito aprimoramento educacional, eles devem ficar atentos às mudanças que ocorrem no campo da educação. Há pessoas que acreditam estes passos juntos com o regime de ciclos é um modo de ludibriar a crise causada pelo analfabetismo e a repetência. Eis que é necessária uma formação continuada incessante para assim ter ferramentas para moldar todos os obstáculos que aparecem no cotidiano. O mesmo disserta sobre o modelo de avaliação emancipador que tem como finalidade a dissipação da estagnação em que o modo de avaliação encontra-se na era da informação, ele visa à conscientização, o abrir de olhos para do estudante/educador frente o modo de avaliar não atribuindo a aprovação ou a retenção apenas remetendo em uma nota, no entanto em um conjunto de fatores onde se tornando consciente disto o catedrático e o alunado irá construir de forma eficiente uma maneira de avaliar que seja eficiente e flexível, isto é, ao falar em avaliação, ela será suscetível a alterações sempre que for necessário para um melhor rendimento na educação.
Palavras chave: emancipação; avaliação; regime de ciclos

 [1] Graduando do Curso de Pedagogia da Universidade de Pernambuco

ABSTRACT
This paper presents an analysis of the system of Brazilian cycle. Nothing now a bigincrease repetition even with the deployment of international assessments such models which the French pretended to transform reality in education strongly in giving its quality. This versa educators about the need to enhance their training, because itcontributes to the improvement of teaching and learning and is a factor that should be considered in the category educational improvement, they should be alert to changes in education. There are people who believe these steps together with the cycles is a way tocircunvent the crisis caused by illiteracy and repetition. Here there is a need forcontinuing education so relentless to have tools to shape all the obstacles that appear in everyday life. The same dissertation on the evaluation model that aims at emancipating the dissipation of stagnation in the mode of assessment is in the information age, it aimsto raise awareness, open your eyes to the student / teacher to assess the way forwardnot giving or withholding approval only referring in a footnote, however a number offactors in becoming aware of it where the professor and the student body will build anefficient way to evaluate that is efficient and flexible, that is, to speak in assessment, it issusceptible to changes when necessary for better performance in education.
 Words keys: emancipation; evaluation; regimen of cycles

  INTRODUÇÃO
  O presente trabalho fala a respeito da perspectiva da avaliação no âmbito da educação em ciclo. Ela foi vista no primeiro momento, como uma inovação da educação que facilitaria a vida dos educadores, por anular com as repetências que retém os alunos no final do ano escolar, mas de forma promissiva a educação em ciclos vem com objetivo de levar ao alcance de todos, uma educação de qualidade. Assim, pois, discutiremos sobre as duas modalidades de ensino, a de ciclo e seriado, fazendo uma comparação nas formas avaliativas em que elas são alicerçadas, e também a respeito de como deve ser a postura do profissional da educação.

ORGANIZAÇÃO ESCOLAR EM CICLOS: NOVAS PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO

“O ciclo [...] compreendem alternativas de organização do ensino básico, que ultrapassam a duração das series anuais como referencia temporal para o ensino e a aprendizagem estão associados à intenção de assegurar à totalidade dos alunos a permanência na escola e um ensino de qualidade. Nesse sentido, eles têm a ver com o propósito de superar a fragmentação artificial do processo de aprendizagem ocasionada pela seriação, a qual tem levado a rupturas na trajetória escolar, uma vez que dá margem a reprovações anuais. Mas vão alem, pois demarcam mudanças de concepção de conhecimento e de aprendizagem, na ocupação do tempo escolar, bem como na própria função da educação escolar, vindo a constituir um caminho potencial para a democratização do ensino.” (BARRETO E SOUZA 2005, P.660).

O ensino básico em regime de ciclos veio como proposta de inovação do ensino brasileiro a fim de corrobora o fluxo de alunos ao longo da escolarização propondo eliminar a repetência modificando o sistema de regime de serie vigente anteriormente, onde o aluno realizava exames que comprovaria sua aptidão para fazer a passagem a uma serie mais avançada, exame esse que muitas vezes não comprovava a real preparação do aluno para avançara um ensino mais complexo, situação essa que seria sanada com o regime de ciclos, por ultrapassara forma tradicional avaliativa tanto em organização como por romper o déficit do currículo, decorrente do regime seriado.
Com a publicação da LDB 9. 394/96 artigo23, fica instituído possibilidades a implantação dos ciclos para estados e municípios organizarem de forma autônoma.
“A educação básica poderá organizar-se em series anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular, período de estudo, grupo não seriado com base na idade, na competência e outros critérios ou de forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar ” (LDB, 1996, atigo23).

Pensar nos ciclos como algo que só compete aos gestores sem se envolver, é colocar-se como parte desinteressada com a qualidade da educação, negando a si mesmo a oportunidade de colaborar na formulação de novas práticas, pois à medida que o tempo passa novas são as perspectivas de pensamento que transformam o ensino no Brasil.

“O processo educativo implica num esforço e numa renovação permanente de si mesmo, porque o educador tem que se educar através de cada educando. Assim, o educador consciente de sua ação pedagógica deve procurar educa-se educando, e aprender ensinando.” (PINTO, p.18).

A situação atual da educação é de constantes transformações diante deste cenário o profissional em educação tem que adaptar as mudanças que emergem no campo educacional, diante do regime de ciclos os educadores tem que estar ciente da sua postura diante destas novas formas de ordenação educacional conhecendo o currículo, o processo de avaliação, de recuperação, de composição de turmas, tendo a concepção da construção de conhecimento que fundamentam os ciclos, só com a compreensão dessas questões educador obtém êxito em sua jornada pedagógica.
Embora existam muitas criticas ao regime de ciclos, muitos educadores acreditam no regime de ciclos como sendo uma forma de driblar o analfabetismo e a repetência. Nóvoa (1997, p. 23) diz que: “O aprender contínuo é essencial se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente”.  
O CONCEITO DE AVALIAÇÃO BRASILEIRO
A avaliação é arquitetada no Brasil a guisa de manter uma organização escolar em que de forma majoritária apenas receber uma nota é tida como critério de avaliação para reter ou não um estudante em alguma disciplina. Os métodos de avaliação devem ir, além disso, visto que a mesma é importante para um processo de ensino e aprendizagem de qualidade.
“A avaliação constitui-se em uma janela através da qual se vislumbra toda a complexa trama educativa e, apesar de seu importante papel, ela não poderá dar conta de todos os problemas do sistema educacional”. (ABRAMOWICZ, 1999, p. 51)
É preciso compreender que a avaliação possui limites mesmo assim se faz necessária e aliada com a perspectiva de socializar a educação, acarreta na incitação, o anseio para mudar o que está estabelecido, conservado.
“O compromisso principal da avaliação é o fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escrevam a sua ‘própria história’ e gerem as suas próprias alternativas de ação”. (SAUL, 1988, p. 61)
Dessa forma, a avaliação tem como função criar meios para que o estudante faça uma autoanálise de sua aprendizagem e/ou do educador compreender o que aluno tem apreendido no decorrer do tempo, contribuindo assim para meditação em sua prática educativa visando à melhoria da mesma, pois conforme o docente ajusta sua metodologia de ensino para dialogar com o aprendizado do discente isso acarretará num ensino/aprendizagem de qualidade para ambos. Para pensar neste tipo de avaliação emancipadora é necessário que o colégio ou as secretarias estejam dispostos a neologismos no âmbito educacional, isto é, desmembrar os conceitos referentes ao ensino/aprendizagem tradicional e ir à busca de novos meios de pensar em avaliação e avaliar.
   METODOLOGIA
Objetivando realizar este artigo, planejou-se a seguinte metodologia: Ressaltar que a pesquisa foi de cunho qualitativo, pois de acordo com Silva; Menezes (2001, p. 20), este tipo de pesquisa qualitativa:
“(...) considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa’’.

Através de pesquisas em livros documentos e sites foi também uma pesquisa bibliográfica com o apoio de Barreto e Sousa 2005, Abramowicz1999, Nóvoa 1997, Bevenutti 2002 e Saul 1988, tendo em vista que será feita uma análise minuciosa, procurando compreender como o conceito de ciclos foi implantado no Brasil, já que vem com a proposta de erradicar a repetência e a má qualidade do ensino. Portanto, propondo-se desvendar o que há por trás dos conceitos para identificar se houve ou não distorções ao ser aplicadas tais idéias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação é a parte mais importante e todo processo de ensino-aprendizagem. Bevenutti (2002) diz que avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem. É oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos.
Ela ainda disserta sobre a questão da maioria ser dominada por uma minoria devido o padrão avaliativo está enclausurado no passado. Deve-se ter espírito de mudança dentro do processo avaliativo para um melhor rendimento do mesmo.
Segundo estrela e Nóvoa (1993), a avaliação deixou de servir para julgar, ou para provar o que quer que seja. Sua função primordial é “atuar” e, neste sentido, encontra-se intimamente articulada com o processo decisional.
Este processo é formado por um conjunto de fragmentos de ações avaliativas, isto é, o estudante deve ser avaliado não apenas por uma nota, entrementes por sua assiduidade nas aulas, comportamento, participação, etc.; esta série de aspectos deve ser considerada e deve-se haver um compromisso com os objetivos e metas da institucionais/educacionais.
Portanto, as gestões educacionais/institucionais devem pensar/agir norteadas por modelos que visem à ruptura de paradigmas avaliativos conservadores, modelos que sejam flexíveis para serem modulados para um melhor rendimento no sistema avaliativo, ou seja, é necessário atuar com a visão de uma avaliação que esteja sempre em devir à medida que esta sinta necessidade de uma restruturação, salientando que o modelo de avaliação pode ser o ideal como o francês, no entanto se faz útil adequá-lo a realidade e deve ser imprescindível a constante reflexão do que se vai alterar, como se vai e o porquê, para assim conseguir um sistema de avaliação de qualidade.
Para conseguir a construção de novos rumos, de acordo com Ramos (2001), é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo ensino-aprendizagem. Enfim, pensando dessa maneira estaremos formando cidadãos com senso crítico, com criatividade, com humanidade e sujeitos de suas próprias escolhas.

REFERÊNCIAS

ABRAMOWICZ, M. Avaliação e progressão continuada: subsídios para uma reflexão. In: CAPPELLETTI, I. F. (org.) Avaliação Educacional: fundamentos e práticas. São Paulo: Articulação Universidade/ Escola, 1999.

A organização escolar em ciclos e a questão da igualdade substantiva.Disponível em :  www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n40/v14n40a03.pdf    Acesso em :24 /03  /2012

BENVENUTTI, D. B. Avaliação, sua história e seus paradigmas educativos. Pedagogia: a Revista do Curso. Brasileira de Contabilidade. São Miguel do Oeste SC: ano 1, n.01,p.47-51, jan.2002.
 BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Diário Oficial da União, v. 134, n.248, 23 dez., 1996.
 Blumenau SC: Acadêmica, 2001. FREIRE. A Formação de professores para a diversidade na perspectiva de Paulo Freire. Disponível em: www.paulofreire.org.br/artigos_parte01.pdf. Acesso em:24 /03 /2012
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HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.
NÓVOA, Antonio. Os professores e sua formação. Lisboa-Portugal, Dom Quixote, 1992.
RAMOS, P. Os pilares para educação e avaliação. FREIRE. A Formação de professores para a diversidade na perspectiva de Paulo Freire. Disponível em: www.paulofreire.org.br/artigos_parte01.pdf. Acesso em: 24 /03 /2012
SAUL,A.M. Avaliação Emancipatória. São Paulo: Cortez, 1988
 Silva, Edna Lúcia da; Menezes, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

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