quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO SURDO



1. IARA MARIA

2. JAILSON ANDRADE


O substantivo surdo nunca é suficiente. O ser surdo realmente não me basta: eu preciso conhecer nossas políticas culturais.
(Autor desconhecido)



RESUMO:

Este trabalho vem desenvolver uma paradoxo entre Adrei e o vídeo “quando se escuta com os olhos”. Com objetivo de identificar diferentes diagnostico da surdez, além de relacionar o papel da família para o desenvolvimento da pessoa surda. Nessa perspectiva Adrei expõe algumas perguntas norteadoras para esse processo que serão analisadas no decorrer do trabalho:

A surdez é um problema para o surdo?

A surdez é uma deficiência?

Poque a surdez é vista negativamente pela sociedade?

A surdez é hereditária?

Aparelhos auditivos ajudam o surdo a ouvir melhor?

O implante coclear recupera a audição do surdo?

A surdez compromete o desenvolvimento cognitivo-linguístico do individuo?


INTRODUÇÃO


O homem, desde os primórdios, busca na comunicação o estabelecimento da sua sobrevivência em grupo socialmente organizado. Entretanto, da mesma forma que a sociedade se reorganiza continuamente e encontra formas de facilitar sua vida, a língua que ela usa para representar a si e as suas práticas defini sua cultura. Assim, entende-se que o surdo também tem sua cultura e fala a língua de sinais e conseqüente essa não é universal e varia de regiões para regiões. Nesse contexto a comunicação com outras cultura é traduzida pelo interprete o qual necessita ser proficiente em LIBRAS e entender a língua falada no país de origem. Assim, vale considerar que a comunicação se processa através da LIBRAS e os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo.

Embora reconheça a LIBRAS como própria do surdo há surdo oralizado que entende o português que nesse caso é sua segunda língua, ainda está longe de se tornar uma práxis no cotidiano uma vez que ainda não há um número suficiente de profissionais capacitado para essa demanda. Sendo assim, fica difícil incluir sem da assistência necessária.

Portanto vale ressalta o papel da família no processo de desenvolvimento, pessoal, social e cultural, e a assistência que os mesmos dão aos filhos quando entende que a participação na vida dos filhos faz com que o mesmo desenvolva sua língua, e socialize com outras culturas. Assim a criança cuja família concebe a surdez como doença, tentará a comunicação pela via oral; já a família que vê a surdez como diferença cultural, faz o uso de sinais para essa interação entre surdos e ouvintes.


A SURDEZ

Alguns autores discorrem sobre a definição da “Surdez é o nome dado à impossibilidade e dificuldade de ouvir, podendo ter como causa vários fatores que podem ocorrer antes, durante ou após o nascimento”. Adrei questiona se a surdez é um problema para o surdo, o mesmo afirma que “Há duas grandes formas de conceber a surdez: patologicamente ou culturalmente”. Ele reporta que “ver a surdez como um problema está diretamente relacionado à visão patológica.” Certamente que o surdo ver em sua cultura um respaldo para se firma perante a sociedade, todavia vai valorizar sim a sua cultura aceitando se primeiro para depois ser aceito. O diagnóstico preciso da surdez é de grande importância, tanto para prevenção como para a escolha de métodos terapêuticos e educacionais que deverão ser utilizados. Uma das formas de realizar a detecção precoce da surdez é através do exame de Emissões Otoacústicas (EOA). Esse exame não depende das respostas da criança e permite obter informações concretas da sua audição. É popularmente conhecido como “Teste da orelhinha”. Para a família o diagnóstico da surdez a princípio é difícil, porém aos poucos vão adaptando, segundo a professora Rita Valeria do INES, “quanto mais cedo à criança tiver acesso a LIBRAS, mas ela consegue se desenvolver, mas ela tem possibilidades de perceber situações à sua volta”. Alguns preconceitos devem ser quebrados, o surdo não se vê como deficiente, pois “a deficiência tá nos olhos de quem a vê”. Segundo relato de pais do vídeo “quando se escuta com os olhos” os mesmos afirmam que “não existe nenhum motivo para que a surdez signifique uma deficiência”.
Os fatores que geram a surdez podem ser hereditários, de acordo com Gesser (2009) “quando há uma ocorrência muito grande entre familiares, entre geração, as chances passam a ser genéticas, ou mesmo hereditárias”.

Segundo Gesser (2009) e outros autores, há diferentes graus de surdez: 1) deficiência auditiva leve; 2) deficiência auditiva moderada; 3) deficiência auditiva severa; e, por fim, 4) deficiência auditiva profunda. Mas quando se fala em aparelhos auditivos, deve ficar claro que estes não possibilitam ao surdo restabelecer som, pois o aparelho contribui para amplificar o som que já ouvem ou ouvem mal, o que, em alguns casos, pode ao invés de ajudar o surdo, atrapalhá-lo e causar desconforto. A autora ainda nos traz informações sobre o implante coclear, ao qual alguns pais recorrem, acreditando que seus filhos poderiam ouvir com exatidão os sons. Nem sempre isso ocorre, e as contra-indicações desta intervenção cirúrgica e, na maioria dos casos, não são de fato explicadas.

A família tem um importante papel no desenvolvimento e no aprendizado da pessoa surda. Nesse sentido a formação do individuo tem forte influencia na família, no que se refere ao desenvolvimento psíquico e o relacionamento com a sociedade e nas demais fase da vida. Através da tocar de contato a comunicação permite estabelecer uma roçar de interação entre as famílias. Para SLIAR (1997): “a comunicação entre pais surdos e filhos surdos é semelhante à comunicação entre pais ouvintes e filhos ouvintes, possibilitando o processo de imersão cultural da criança na comunidade em que está inserida”.

Dessa forma, considera a importância da família como cooperadora para o processo do desenvolvimento do surdo, no sentido de garantir a esse indivíduo um futuro de independência e produtividade na sociedade. Também devemos conceber a escola e a comunidade como parceiras, desenvolvendo no surdo a sua auto-estima e independência para escolher seu modelo de vida.




Referências


GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua
de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

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